Fechei os olhos e deixei tudo acontecer. Eu forcei e consegui sair de onde eu estava. Não importa o que aconteceu, o porquê de eu estar vivo, como eu sobrevivi, o importante era que eu estava vivo. Levantei-me, e a flor estava comigo. Sorri. Ao olhar para trás vi um homem com uma arma apontando em minha direção. - Até que enfim te encontrei... Não sei o porque de você não ter morrido. Mas isso acontecerá agora. Eu o olhei, mas não me desesperei. Ele atirou na direção da flor, que estava na frente do meu peito. Tirei a minha flor da mira da bala, mesmo eu morto, não queria que nada acontecesse com ela. A bala atravessou meu peito. Senti um choque incrível por todo o corpo, até meu olho eu não controlava mais. Minhas pernas enfraqueceram e me ajoelhei para conter a vergonha. O homem já estava de costas quando o olhei pela última vez. Então virei minha atenção para minha Flor. Eu a deixaria só no mundo... Deixá-la só neste mundo deserto era a pior coisa que eu podia fazer. E no final de quase tudo eu me lembrei que meu nome era Carlos Afram. Fiquei feliz ao lembrar ao menos do meu nome. Ela ainda estava na minha mão esquerda. Coloquei a mão direita no meu peito perfurado, e já começara a sentir a dor que todos falavam, a “queimação” que dá em todo o corpo. Eu já não me agüentava mais de joelhos, então caí de cara para o lado na areia e fiquei a observar a flor. A pessoa, - pessoa? – que me deu atenção em toda a minha vida. Não se preocupava apenas com o meu bem, mas sim com o que eu queria. E agora, morrer talvez não fosse para o meu bem. Mas era o que eu queria... E ela estava lá comigo, me apoiando.
Sorri pela última vez. Respirei pela última vez. Pisquei o olho pela última vez. Chorei pela última vez. Pensei pela última vez. Notei, também pela última vez, o quão sinceros e bonitos são esses pequenos gestos. E finalmente, morri pela primeira e talvez última vez.
Fim.
Sorri pela última vez. Respirei pela última vez. Pisquei o olho pela última vez. Chorei pela última vez. Pensei pela última vez. Notei, também pela última vez, o quão sinceros e bonitos são esses pequenos gestos. E finalmente, morri pela primeira e talvez última vez.
Fim.
1 diagnósticos:
Texto incrível, cada parágrafo nos dá uma verdadeira lição de vida. Parabéns Dickson! ;*
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